Tomar aspirina regularmente durante períodos prolongados pode
aumentar o risco de que a pessoa apresente degeneração macular -
transtorno associado à idade que provoca perda de visão. Essa foi a
conclusão de um estudo com quase 5 mil participantes realizado nos
Estados Unidos. Baseado em dados colhidos ao longo de 20 anos, o
trabalho foi publicado na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA).
O aumento nos riscos foi relativamente modesto: participantes que tomaram aspirina regularmente (mais de duas vezes por semana durante três meses) ao longo de dez anos ou mais apresentam quase duas vezes mais riscos de desenvolver degeneração macular do que os que não tomaram o medicamento.
Os riscos de vir a sofrer do problema são de 1% para quem não tomou aspirina e 1,8% para quem tomou. Quando se leva em conta o fato de que um alto número de pessoas consome aspirina com frequência, o aumento no risco passa a ser significativo, dizem os especialistas.
Benefícios da aspirina
A degeneração macular é a principal causa da perda de visão entre pessoas maiores de 60 anos. A enfermidade afeta a mácula - parte do olho que permite à pessoa ver imagens em detalhes - e pode, gradualmente, levar à cegueira.
Embora exista um tratamento para retardar a perda de visão, não há uma cura ou forma de recuperar da visão perdida. Nos últimos anos, estudos vêm apontando os efeitos protetores da aspirinas contra várias enfermidades.
Especialistas acreditam, por exemplo, que as propriedades anti-inflamatórias da substância ajudem a prevenir infartes e outros acidentes vasculares. Ela também é usada para aliviar a dor e a inflamação causadas pela artrite.
Também há estudos vinculando o usa da aspirina e a proteção contra alguns tipos de câncer. Como resultado, milhões de pessoas tomam aspirina regularmente no mundo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 19,3% da população adulta tome aspirina regularmente. E o consumo tende a aumentar com a idade. O país também apresenta uma alta incidência de casos de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Segundo a Macular Degeneration Association, 9 milhões de pessoas maiores de 40 anos sofrem do problema nos Estados Unidos.
Há duas formas de DMRI: a "seca", em que a visão lentamente fica embaçada, tipo que responde pela maioria dos casos. E a chamada DMRI "úmida", menos comum, quando aparecem novos vasos sanguíneos sob a retina, provocando o vazamento de fluidos e levando, eventualmente, à cegueira.
O estudo
Para estudar a relação entre ingestão de aspirina e DMRI, a pesquisadora Barbara Klein, da School of Medicine and Public Health da University of Wisconsin, em Madison, analisou dados de um estudo populacional de doenças oculares associadas à idade.
Klein e sua equipe também fizeram testes de visão nos participantes, que tinham idades entre 43 e 86 anos no início do estudo. Os testes foram feitos a cada cinco anos durante duas décadas.
Ao analisar os resultados, a equipe levou em conta fatores como idade, sexo e nível socioeconômico dos participantes.
A incidência de casos de DMRI em indivíduos que haviam ingerido aspirina durante mais de dez anos foi 1,8%. Entre os que não tomaram aspirina, a incidência foi 1 %.
A degeneração macular associada ao uso da aspirina é do tipo úmido, segundo os especialistas. Não houve variação no número de casos de DMRI do tipo seco.
'Estatisticamente importante'
"A associação entre o uso regular de aspirina e a incidência de DMRI neovascular (úmida) é pequena, porém estatisticamente importante", ressaltaram os autores.
Eles acrescentaram que é necessário fazer mais estudos para confirmar os resultados.
"Se (os resultados) forem confirmados, é importante definir os mecanismos causais para que se desenvolvam métodos que bloqueiem esse efeito e previnam ou atrasem o desenvolvimento de DMRI neovascular em pessoas que tomem aspirina".
BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
O aumento nos riscos foi relativamente modesto: participantes que tomaram aspirina regularmente (mais de duas vezes por semana durante três meses) ao longo de dez anos ou mais apresentam quase duas vezes mais riscos de desenvolver degeneração macular do que os que não tomaram o medicamento.
Os riscos de vir a sofrer do problema são de 1% para quem não tomou aspirina e 1,8% para quem tomou. Quando se leva em conta o fato de que um alto número de pessoas consome aspirina com frequência, o aumento no risco passa a ser significativo, dizem os especialistas.
Benefícios da aspirina
A degeneração macular é a principal causa da perda de visão entre pessoas maiores de 60 anos. A enfermidade afeta a mácula - parte do olho que permite à pessoa ver imagens em detalhes - e pode, gradualmente, levar à cegueira.
Embora exista um tratamento para retardar a perda de visão, não há uma cura ou forma de recuperar da visão perdida. Nos últimos anos, estudos vêm apontando os efeitos protetores da aspirinas contra várias enfermidades.
Especialistas acreditam, por exemplo, que as propriedades anti-inflamatórias da substância ajudem a prevenir infartes e outros acidentes vasculares. Ela também é usada para aliviar a dor e a inflamação causadas pela artrite.
Também há estudos vinculando o usa da aspirina e a proteção contra alguns tipos de câncer. Como resultado, milhões de pessoas tomam aspirina regularmente no mundo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 19,3% da população adulta tome aspirina regularmente. E o consumo tende a aumentar com a idade. O país também apresenta uma alta incidência de casos de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Segundo a Macular Degeneration Association, 9 milhões de pessoas maiores de 40 anos sofrem do problema nos Estados Unidos.
Há duas formas de DMRI: a "seca", em que a visão lentamente fica embaçada, tipo que responde pela maioria dos casos. E a chamada DMRI "úmida", menos comum, quando aparecem novos vasos sanguíneos sob a retina, provocando o vazamento de fluidos e levando, eventualmente, à cegueira.
O estudo
Para estudar a relação entre ingestão de aspirina e DMRI, a pesquisadora Barbara Klein, da School of Medicine and Public Health da University of Wisconsin, em Madison, analisou dados de um estudo populacional de doenças oculares associadas à idade.
Klein e sua equipe também fizeram testes de visão nos participantes, que tinham idades entre 43 e 86 anos no início do estudo. Os testes foram feitos a cada cinco anos durante duas décadas.
Ao analisar os resultados, a equipe levou em conta fatores como idade, sexo e nível socioeconômico dos participantes.
A incidência de casos de DMRI em indivíduos que haviam ingerido aspirina durante mais de dez anos foi 1,8%. Entre os que não tomaram aspirina, a incidência foi 1 %.
A degeneração macular associada ao uso da aspirina é do tipo úmido, segundo os especialistas. Não houve variação no número de casos de DMRI do tipo seco.
'Estatisticamente importante'
"A associação entre o uso regular de aspirina e a incidência de DMRI neovascular (úmida) é pequena, porém estatisticamente importante", ressaltaram os autores.
Eles acrescentaram que é necessário fazer mais estudos para confirmar os resultados.
"Se (os resultados) forem confirmados, é importante definir os mecanismos causais para que se desenvolvam métodos que bloqueiem esse efeito e previnam ou atrasem o desenvolvimento de DMRI neovascular em pessoas que tomem aspirina".
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