Através das brincadeiras é possível favorecer os
aspectos sensoriais, intelectuais, sociais e emocionais da criança, além
de estimular a criatividade e a autoconsciência, auxiliando inclusive
no tratamento de doenças como o câncer. Para falar sobre o brincar como instrumento terapêutico está conosco Lady Kelly Farias, terapeuta ocupacional da Casa Durval Paiva.
Qual o significado do brincar para a criança/ seria apenas um passatempo?
A brincadeira é uma atividade que a criança
começa a realizar desde o seu nascimento, e esse é um momento que não
possui objetivo, a não ser pelo ato de brincar e pelo prazer que sente
ao se expressar através das brincadeiras, de acordo com o contexto no
qual está inserida, demonstrando sentimento, a criatividade e tudo isso
de uma forma muito espontânea.
É possível perceber alguma anormalidade na criança através de seu comportamento nas brincadeiras?
É possível sim. Sendo as brincadeiras o que
mais atrai a atenção da criança e a sua principal ocupação, é através
delas que podemos perceber algumas limitações, que tanto podem ser
motora, de interação social, e até desempenho escolar, e sendo estas as
dificuldades, o terapeuta ocupacional observa alguns fatores
relacionados, como: autoestima baixa, grande ansiedade, irritabilidade,
frustração. Nestes casos, o terapeuta será um facilitador desse
processo, de acordo com as necessidades da criança.
Quais mudanças podem ser observadas no comportamento da criança acometida de câncer?
As mudanças vão dos aspectos físicos aos
emocionais e que são vivenciadas de forma única por cada uma delas, esta
é uma fase de grandes transformações, um período que não deve se
considerar apenas a patologia, mas a criança como um todo, de forma
humanizada, dentro dos aspectos físicos, motor, social, psicológico e
emocional, onde até mesmo o brincar pode ser prejudicado e o terapeuta
ameniza essa fase dolorosa criando possibilidades.
Como a terapia ocupacional pode ajudar a criança doente através do brincar?
A Terapia Ocupacional tem como objetivo
proporcionar a essas crianças uma melhor qualidade de vida, buscando
sempre resgatar a autonomia e independência que possam ter perdido ou
estar limitados devido ao câncer ou ao tratamento submetido. Esse é o
momento quando o brincar se torna fator primordial para alcançarmos os
objetivos propostos e o terapeuta também passa a ser um mediador nas
atividades que façam sentido para as crianças.
O brincar terapêutico pode ser realizado por pais e familiares em casa, por exemplo?
O brincar deixa de ter um olhar simplesmente
livre, ou ocupação do tempo ocioso, ou até mesmo recreação, que é a
forma como os pais interagem com os filhos, quando passa a ser utilizado
como recurso terapêutico, que tem objetivos definidos e leva em
consideração o brincar como um importante instrumento para a construção
da subjetividade da criança, oferecendo oportunidades para que
desenvolva novas habilidades, proporcionando também um ambiente
acolhedor, onde a criança possa expressar seus sentimentos, pensamentos e
angústias decorrentes da doença.
Por ser uma especialidade ainda não muito conhecida onde e como se pode ter acesso a terapia ocupacional?
É possível o acesso ao profissional Terapeuta
Ocupacional em hospitais, creches, clínicas de reabilitação, em
faculdades que disponibilizem ‘clínicas escolas’ para atendimento ao
público, como também, em casas de apoio, como é o caso da Casa Durval
Paiva.
Quem quiser saber mais sobre esse serviço, quais são os contatos?
Quem deseja saber um pouco mais sobre o
trabalho desenvolvido pelo Terapeuta Ocupacional, pode fazer uma visita à
Casa de Apoio ou telefonar para a instituição através do telefone
4006-1600 que estarei à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas.
Considerações finais.
Observamos junto aos pacientes assistidos
pela Casa Durval Paiva que a técnica do brincar como recurso terapêutico
mostra ser uma importante ferramenta lúdica, educativa e terapêutica,
capaz de facilitar a adesão ao tratamento, adaptação, uma melhor
aceitação da atual fase, devolvendo a essas crianças uma melhor
qualidade de vida, além de torná-las mais felizes e saudáveis.
A Casa Durval Paiva ampara crianças e
adolescentes carentes portadores de câncer e doenças hematológicas
crônicas, juntamente com seus responsáveis durante o tratamento em
Natal. Hoje são 939 pacientes cadastrados, crianças e adolescentes
oriundos de 133 municípios do RN, PB, CE, PI e AL.
CONTATO: (084) 4006-1600. Endereço: Rua Clementino Câmara, 234 Barro Vermelho – Natal
*Fonte: http://www.casadurvalpaiva.org.br/
*Fonte: http://www.casadurvalpaiva.org.br/