quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dispostos a fazer o bem

Voluntários da AMEO contam suas experiências com o voluntariado e falam sobre a satisfação de se envolver com o próximo.
O Brasil ocupa o 78° lugar em uma lista dos 135 países mais envolvidos com o trabalho voluntário, a lista é elaborada pela Charities Aid Foundation. A posição do país vem crescendo em relação aos últimos anos, mas ainda estamos longe de ter uma cultura de ajuda ao próximo. Para o dia do voluntário a AMEO preparou uma matéria especial, reunindo os relatos de alguns voluntários contando suas experiências e desafios.  
A Voluntária da Casa de Apoio, Rita Giorno, completou essa semana dez anos de transplante de medula óssea. Hoje completamente curada do câncer, Rita continua na luta para informar os pacientes a respeito dos cuidados durante o tratamento. “Durante meu tratamento na Santa Casa, observei que os pacientes tinham pouco conhecimento sobre a doença e mesmo sobre os seus direitos, então, comecei a explicar sobre as doenças e sobre a importância da higiene. Comecei a ter um tratamento de amizade com eles”.
 
Enquanto estava na Santa Casa, Rita conheceu o trabalho da AMEO e passou a se envolver cada vez mais com os pacientes e na captação de ajuda financeira para a Casinha. Festa da Páscoa, Dia das Crianças, Natal, ela sempre está presente na organização. O que ela recebe como recompensa por seu trabalho? Amor “tenho amor em dar, a recompensa maior é saber que estou ajudando. Sou um referencial de cura para eles, eles vêem em mim um potencial de cura, uma esperança, uma luta pela vida”.
Rita leva extremamente a sério o seu trabalho, tem o maior carinho e considera importante divulgar o trabalho voluntário “Não se aprende a ser voluntário, se nasce voluntário”. Para ela o que falta às vezes é a noção de comprometimento, pois o voluntário tem acreditar que o trabalho dele vai refletir no indivíduo que está recebendo a ação. “Esse tipo de trabalho precisa ser encarado com muita responsabilidade, até mais que um trabalho regular. Algumas pessoas pensam ‘quando eu me aposentar vou ser voluntário’ que erro! Se tiver que ser um voluntário que seja agora enquanto se tem energia!”. E finaliza, “é um processo de dentro para fora, o voluntariado nasce dentro de você”.
 
A professora de artes, Maria Emília, sempre quis trabalhar como voluntária e depois de conhecer a AMEO, através do projeto Educar para Doar na escola em que dava aula, iniciou suas atividades na AMEO, oferecendo a oficina de artes e origami realizada com os pacientes da Casa de Apoio AMEO e da Santa Casa.

“Nunca falamos de doença, nunca falamos de tristeza, a gente só brinca. Sou uma pessoa alegre, gosto da idéia de deixar os outros felizes”. Sua recompensa maior é poder deixar um sorriso no rosto de alguém quando a atividade termina. “Quando chego eles estão com uma carinha tão desanimada, desconsolada, estão sempre esperando alguma coisa, um remédio, uma consulta, quando saio deixo eles com um sorriso”.
 
Emilia considera importante não ficar parado e se envolver com o voluntariado, pois quem fica muito tempo sem ter o que fazer acaba reclamando muito. “Quando podemos fazer o bem, paramos de pensar em bobagem. Queria ver mais pessoas fazendo alguma coisa por alguém, alguns acham que é muito difícil, mas não é às vezes só um sorriso já é o suficiente”. 
Depois que o pai ficou doente há quatro anos, Marta Pires fez um pedido. “Se ele não sofresse eu ia me aproximar das causas de câncer”. Desde então ela tem se envolvido no trabalho voluntário diretamente com ONGs. “É engraçado dar amor e carinho para pessoas que você não conhece. Você recebe tanto, se as pessoas soubessem o tanto que se recebe se envolveriam mais”.  
Assim como Maria Emília, Marta, também conheceu a AMEO através do projeto Educar para Doar, realizado na escola do seu filho. No momento ela supervisiona e dá aulas na oficina de bijuterias, executada com pacientes da Casa de Apoio AMEO. Durante seu trabalho se surpreendeu com a postura da ONG, “tiram o foco da doença mostram que existe uma vida a mais e que apesar de tudo, a vida continua”. Para Marta é importante quebrar a “barreira do desconhecido” no serviço voluntário. “Há uma barreira muito grande de aproximação e limite. A questão ‘Será que eu tenho alguma coisa para oferecer? ’ ficava me martelando, mas vale muito a pena quebrar essa barreira”.
 
 
Reinaldo Gomes perdeu um filho para uma leucemia em 2009 e desde então vem dando palestras de conscientização sobre a doação e cadastro de medula óssea, pois na época que seu filho ficou doente não haviam tantas pessoas cadastradas no Registro. “Não quero que ninguém passe pelo o que eu passei, não dá para combater a saudade”.

Reinaldo conheceu a AMEO através de um amigo enquanto o filho ainda estava doente. “depois do diagnóstico, começamos a organizar campanhas em conjunto para o cadastro de possíveis doadores de medula óssea e a AMEO me amparou”

Sua meta de vida agora é melhorar a divulgação, a conscientização e principalmente a sensibilização a respeito do câncer e da doação de medula óssea, com este trabalho ele conta que recebe de tudo “de abraços a orações” e é pelo exemplo do filho que ele continua a fazê-lo. “O Guto era muito envolvido com filantropia, desde os 12 anos ele ajudava e coordenava campanhas contra o câncer no GRAACC e eu penso ‘se o meu filho passou por tudo o que passou e não abaixou a cabeça, eu que sou perfeito (de saúde) não posso desistir”.

É através destes exemplos que a AMEO aproveita para agradecer a todas as pessoas que voluntariamente se envolveram e ainda se envolvem em nossas atividades. Ficamos felizes em ajudar e muito satisfeitos em receber essa ajuda. Agradecemos a todos!

Por: kamila Gleice.