Ezequiel Mateus da Rocha, de 19 anos. Ele dividiu as dores de um tratamento contra um câncer com os estudos e agora mostra que é Ufersa / Foto Assecom Ufersa |
Ezequiel ao lado das pedagogas Hemaúse e Juliana / Foto Assecom Ufersa |
Como aluno da classe hospitalar, Ezequiel conseguiu fazer a prova no próprio hospital obedecendo aos horários e todas as demais regras que norteiam a realização do ENEM / Foto Assecom Ufersa |
Como aluno da classe hospitalar, Ezequiel conseguiu fazer a prova no próprio hospital obedecendo aos horários e todas as demais regras que norteiam a realização do ENEM. “A prova dele veio num malote, acompanhado de policiais. Ele teve horário para começar e terminar a prova, assim como todos os outros candidatos”, comentou a pedagoga Juliana.
Ezequiel fez a prova nos mesmos dias que os demais estudantes. A diferença foi só a acomodação. Como sentia muitas dores, ele revezava as questões com períodos de descanso. Segundo o próprio Ezequiel, no segundo dia de prova do ENEM estava marcada uma cirurgia para amputar a perna esquerda dele. “Não podia fazer a cirurgia no dia marcado porque tinha que fazer o ENEM e assim o médico decidiu adiar a amputação em mais uma semana”, relatou.
Todo esse esforço de Ezequiel deu resultado. Na última semana, o jovem, que é o sexto filho de uma família de sete irmãos e que é natural do Sítio Trapiá, município de Assú, conseguiu um feito inédito. Ele foi o primeiro estudante de uma classe hospitalar do Rio Grande do Norte a fazer o ENEM e também ser aprovado no SISU. Ezequiel vai ser aluno da Ufersa, do curso de Ciência e Tecnologia, em Mossoró. A meta dele é realizar o sonho de criança: se formar em Engenharia Civil. “É muito emocionante! Ezequiel fez história e acreditou. O que fizemos foi só embarcar e garantir o sonho dele. Ele motivou e motiva todos nós”, comemorou a pedagoga Hemaúse.
A história de Ezequiel com a Ufersa não é de agora. Em 2017, ele, junto com outros estudantes da Escola Estadual Juscelino Kubitschek de Assú, participou da Feira de Ciências do Semiárido Potiguar na Universidade em Mossoró. A equipe apresentou um projeto de carregador magnético e foi destaque recebendo Prêmio de Inovação Tecnológica. Em 2018, Ezequiel fez o ENEM e também foi aprovado para o curso de Ciência e Tecnologia do Campus Angicos, mas não deu para cursar. “Não tive como me matricular no curso porque descobri a doença e tive que iniciar o tratamento”, relatou.
Atualmente, Ezequiel, (flamenguista apaixonado – inclusive fez a prova do ENEM com a camisa do clube) encontra-se numa fase de manutenção após um período de aplicações de quimioterapia. Os próximos seis meses serão fundamentais para o jovem. Ele agora segue o tratamento com medicamentos orais em busca da cura definitiva. Quanto ao curso da Ufersa, ele deve fazer a matrícula e deve ser acompanhado pela Coordenação de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social, a Caadis. Como o tratamento ainda não foi concluído, a expectativa é que Ezequiel comece a frequentar as aulas no segundo semestre.
*Assessoria de Comunicação da UFERSA.