O câncer de pulmão tem o tabagismo como causa principal, sendo 85% dos casos relacionados ao cigarro. “Dois fatores fazem essa doença ser tão temível: ela tem letalidade e frequência elevadas. Vários cânceres são mais letais que o de pulmão, mas não são tão frequentes quanto ele”, afirma o cirurgião de tórax Carlos Alberto Almeida de Araújo. O câncer de pulmão costuma ser diagnosticado em estágios avançados, já que os sintomas iniciais não são muito claros.
Parar de fumar ainda é a maior prevenção contra o câncer de pulmão. O problema é que a doença tem um avanço silencioso, e quando os sintomas surgem de forma mais evidente, o estágio já pode estar avançado. “Quando o assunto é esse tipo de câncer, a gente deve trabalhar no campo das probabilidades. Se a pessoa já é fumante ativa há algum tempo, e está na casa dos 55 a 75 anos, ela deve ter a consciência de que é alguém apta a ter um câncer de pulmão”, explica.
Segundo o médico, qualquer sinal diferente do cotidiano pode ser um alerta a ficar atento. No caso do câncer de pulmão, os sintomas mais comuns são a tosse com expectoração de sangue e mucosa, dor no peito, rouquidão, falta de ar, e perda de apetite seguida de perda de peso. “Muitos dessa lista são sintomas próprios do sistema respiratório, mas pra quem já é um fumante ativo há uns 20 ou 30 anos, são sinais que não devem ser ignorados”, enfatiza.
O tabagismo é o problema maior, e o cirurgião evidencia o cigarro eletrônico como parte atual disso. Também conhecidos como vaporizadores, eles possuem capacidade de desenvolver dependência da nicotina ainda maior que o cigarro comum, além de causar, em curto prazo, danos respiratórios e cardiovasculares. “Deve ser evitado e combatido. É mais uma artimanha da indústria do tabaco para burlar as leis”, completa.
Há ainda uma pequena porcentagem de pessoas que não adquirem o câncer pulmonar por causa direta do cigarro. Entre os fatores de risco associados à doença, há a poluição ambiental; exposição a determinados gases e metais pesados, principalmente no trabalho, como sílica; e os fumantes passivos, que são aqueles que convivem com pessoas fumantes no mesmo domicílio ou no ambiente de trabalho, além de alguns fatores genéticos.
Busca ativa
A busca ativa pelo diagnóstico precoce de câncer de pulmão é algo que poderia reduzir bastante a mortalidade nesse segmento, e incentivou uma série de novas pesquisas que Carlos Alberto Almeida está coordenando. “Deveria ser implantado como um programa de saúde pública, e é nesse sentido que nossos esforços estão sendo empreendidos”, diz. A pesquisa desenvolvida pela UFRN foi iniciada em 2019, por meio de uma parceria entre o Departamento de Medicina Integrada, e o serviço de radiologia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).
Alex Régis
Segundo o médico, qualquer sinal diferente do cotidiano pode ser um alerta a ficar atento. No caso do câncer de pulmão, os sintomas mais comuns são a tosse com expectoração de sangue e mucosa, dor no peito, rouquidão, falta de ar, e perda de apetite seguida de perda de peso. “Muitos dessa lista são sintomas próprios do sistema respiratório, mas pra quem já é um fumante ativo há uns 20 ou 30 anos, são sinais que não devem ser ignorados”, enfatiza.
O tabagismo é o problema maior, e o cirurgião evidencia o cigarro eletrônico como parte atual disso. Também conhecidos como vaporizadores, eles possuem capacidade de desenvolver dependência da nicotina ainda maior que o cigarro comum, além de causar, em curto prazo, danos respiratórios e cardiovasculares. “Deve ser evitado e combatido. É mais uma artimanha da indústria do tabaco para burlar as leis”, completa.
Há ainda uma pequena porcentagem de pessoas que não adquirem o câncer pulmonar por causa direta do cigarro. Entre os fatores de risco associados à doença, há a poluição ambiental; exposição a determinados gases e metais pesados, principalmente no trabalho, como sílica; e os fumantes passivos, que são aqueles que convivem com pessoas fumantes no mesmo domicílio ou no ambiente de trabalho, além de alguns fatores genéticos.
Busca ativa
A busca ativa pelo diagnóstico precoce de câncer de pulmão é algo que poderia reduzir bastante a mortalidade nesse segmento, e incentivou uma série de novas pesquisas que Carlos Alberto Almeida está coordenando. “Deveria ser implantado como um programa de saúde pública, e é nesse sentido que nossos esforços estão sendo empreendidos”, diz. A pesquisa desenvolvida pela UFRN foi iniciada em 2019, por meio de uma parceria entre o Departamento de Medicina Integrada, e o serviço de radiologia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).
Alex Régis
Médico Carlos Alberto, do HUOL, lidera estudos para o diagnóstico precoce com uso de tomografia de baixa dose
Devido a pandemia, os estudos ficaram mais vagarosos durante dois anos, sendo retomados com força a partir do início de 2022. O médico ressalta que, desde 2011, estudos clínicos científicos mostram o impacto na redução da mortalidade do câncer de pulmão em 21%, através do diagnóstico precoce. O ponto desse estudo consiste no uso de uma tomografia computadorizada de baixa dose para pessoas de alto risco, que são fumantes entre 50 e 75 anos, ou ex-fumantes que pararam há menos de 15 anos.
A pesquisa é realizada junto a homens e mulheres do grupo de alto risco, que são devidamente acompanhados pelo médico e os estudantes de medicina que o estão acompanhando nesse processo. Essas pessoas participam espontaneamente das pesquisas. Elas lêem e assinam um termo de livre consentimento, após serem entrevistadas pelos estudantes, tudo aprovado pelo comitê de ética. O procedimento consiste em três etapas, realizadas de forma segura para os pacientes voluntários.
A primeira etapa consiste no exame tomográfico com a radiação baixa, similar a um raio X. Se deu alguma alteração, o paciente já é encaminhado para um ambulatório que decidirá o que fazer, se for o caso da cirurgia de um nódulo. Se não aparecer nada, o paciente é liberado. Um ano depois, a pessoa é submetida outra vez ao mesmo exame. Se der negativo, a pessoa volta mais um ano depois para um novo exame. Se tudo estiver bem, a pessoa é liberada.
Às quintas e sextas, médico e estudantes se reúnem para analisar as tomografias que foram realizadas. Carlos Alberto Almeida faz questão de ressaltar que os pacientes que passam pela pesquisa são encorajados a parar de fumar. “Se a pessoa tem mais de 55 anos e uma exposição constante ao tabagismo crônico, a chance dela ter um câncer é alta. É algo que faz parte das estatísticas, por isso é essencial que ela repense seus hábitos”, afirma.
A pesquisa que Carlos Alberto está conduzindo é promissora e despertou o interesse de ser ouvida fora do país. Ela será apresentada em um evento da Internacional Association for The Study of Lung Cancer (IASLC), na cidade de Nara, no Japão, nos próximos dias 27 a 29 de outubro. Segundo ele, o evento representa a maior instituição científica mundial no campo das doenças pulmonares.
Para o docente, os congressos da IASLC têm relevância acadêmica e científica, o que significa “um grande marco, uma grande conquista e um reconhecimento de uma entidade de grande prestígio internacional, voltada exclusivamente para o estudo, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de pulmão, que é a maior causa de morte por câncer no mundo”, com a divulgação do trabalho, Carlos Alberto espera ainda que o programa seja implantado na rede pública para atender todas as pessoas que tenham risco de desenvolver câncer de pulmão.
Devido a pandemia, os estudos ficaram mais vagarosos durante dois anos, sendo retomados com força a partir do início de 2022. O médico ressalta que, desde 2011, estudos clínicos científicos mostram o impacto na redução da mortalidade do câncer de pulmão em 21%, através do diagnóstico precoce. O ponto desse estudo consiste no uso de uma tomografia computadorizada de baixa dose para pessoas de alto risco, que são fumantes entre 50 e 75 anos, ou ex-fumantes que pararam há menos de 15 anos.
A pesquisa é realizada junto a homens e mulheres do grupo de alto risco, que são devidamente acompanhados pelo médico e os estudantes de medicina que o estão acompanhando nesse processo. Essas pessoas participam espontaneamente das pesquisas. Elas lêem e assinam um termo de livre consentimento, após serem entrevistadas pelos estudantes, tudo aprovado pelo comitê de ética. O procedimento consiste em três etapas, realizadas de forma segura para os pacientes voluntários.
A primeira etapa consiste no exame tomográfico com a radiação baixa, similar a um raio X. Se deu alguma alteração, o paciente já é encaminhado para um ambulatório que decidirá o que fazer, se for o caso da cirurgia de um nódulo. Se não aparecer nada, o paciente é liberado. Um ano depois, a pessoa é submetida outra vez ao mesmo exame. Se der negativo, a pessoa volta mais um ano depois para um novo exame. Se tudo estiver bem, a pessoa é liberada.
Às quintas e sextas, médico e estudantes se reúnem para analisar as tomografias que foram realizadas. Carlos Alberto Almeida faz questão de ressaltar que os pacientes que passam pela pesquisa são encorajados a parar de fumar. “Se a pessoa tem mais de 55 anos e uma exposição constante ao tabagismo crônico, a chance dela ter um câncer é alta. É algo que faz parte das estatísticas, por isso é essencial que ela repense seus hábitos”, afirma.
A pesquisa que Carlos Alberto está conduzindo é promissora e despertou o interesse de ser ouvida fora do país. Ela será apresentada em um evento da Internacional Association for The Study of Lung Cancer (IASLC), na cidade de Nara, no Japão, nos próximos dias 27 a 29 de outubro. Segundo ele, o evento representa a maior instituição científica mundial no campo das doenças pulmonares.
Para o docente, os congressos da IASLC têm relevância acadêmica e científica, o que significa “um grande marco, uma grande conquista e um reconhecimento de uma entidade de grande prestígio internacional, voltada exclusivamente para o estudo, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de pulmão, que é a maior causa de morte por câncer no mundo”, com a divulgação do trabalho, Carlos Alberto espera ainda que o programa seja implantado na rede pública para atender todas as pessoas que tenham risco de desenvolver câncer de pulmão.
*Tribuna do Norte