Médico Cure de Medeiros fala sobre dificuldades
Na próxima segunda-feira, 8, o Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró deverá iniciar a transferência de pacientes para UTIs de outras unidades de saúde, como o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), pois não haverá como manter os plantões. "Faz um mês que estamos com urgência de receber o dinheiro para pagar os plantonistas, que deve ser feito por parte da Prefeitura. Se não recebermos até a próxima semana, vamos ter que parar a UTI, e com isso param também as cirurgias", disse o diretor do Centro de Oncologia, o médico Cure de Medeiros.
Segundo ele, a assistência médica aos doentes de câncer passa por inúmeras dificuldades, em Mossoró e na região Oeste. A começar pela demora do funcionamento do Hospital da Radioterapia - serviço de radioterapia -, instalado pela Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC). O serviço já está pronto, mas para começar a atender os pacientes depende de pendências burocráticas junto ao Estado e União.
Cure de Medeiros lamentou que, ao menos cinquenta pacientes, diagnosticados com câncer, e precisando da radioterapia para vencer a doença, há semanas aguardam pelo início do tratamento. Os equipamentos, entre os quais um moderno acelerador linear, já estão ligados. Só com a manutenção das máquinas, mais pessoal especializado, a LMECC está gastando, por mês, cerca de R$ 60 mil, recursos obtidos por doações.
A LMECC ainda aguarda pela liberação de R$ 125 mil pela Prefeitura Municipal, resultado de um termo de parceria assinado com a Liga, ainda em 2012, para manutenção da entidade. Sem os recursos, a entidade corre um sério risco de perder a equipe de profissionais contratada para colocar a radioterapia em funcionamento, devido ao atraso no pagamento de salários, que atinge ainda outros servidores.
"A secretária de Saúde explicou a nossa equipe que se trata de um problema político, mas eu entendo como um problema de saúde pública. Além da falta de pagamento de um compromisso que fora firmado antes mesmo das eleições no ano passado, ainda a burocracia que impede o funcionamento da radioterapia. Temos um parque de radioterapia sem funcionamento em Mossoró e isso nos deixa desanimado. Eu só posso pensar que a prefeita e a governadora não têm conhecimento dessa situação, pois se elas tiverem, seu sou quem não entende mais nada", lamentou o médico.
A reportagem do jornal GAZETA DO OESTE tentou entrar em contato com a secretária de Saúde Jaqueline Amaral através do seu celular, mas sem sucesso.
*Gazeta do Oeste.