sábado, 25 de agosto de 2018

CÂNCER DE PULMÃO: DEIXAR DE FUMAR É O MELHOR CAMINHO

90% dos casos da doença originam-se por conta do tabagismo. Saiba por que abandonar esse hábito é tão importante
O número de fumantes no Brasil vem diminuindo drasticamente nos últimos anos. Para se ter uma ideia, nos anos 80, 40% da população brasileira adulta eram compostas por tabagistas; hoje, eles representam 10% dos habitantes do país¹. “Ainda assim, é um número bastante expressivo. Reduzir essa porcentagem é fundamental se quisermos diminuir a incidência de câncer de pulmão”, comenta o médico epidemiologista Alfredo Scaff, da Fundação do Câncer. A doença, uma das principais causas de morte evitáveis, deve chegar a 31.240 novos casos² neste ano – 90% deles devidos ao cigarro.
Os outros 10%, de acordo com o Dr. Scaff, estão relacionados à exposição prolongada a agentes químicos no ambiente de trabalho, como o asbesto, ou à poluição ambiental, histórico familiar de câncer de pulmão ou, ainda, predisposição genética. “A maioria dos casos desse tipo de câncer ocorre entre os homens porque eles, no passado, fumaram mais do que as mulheres, mas a tendência é a equiparação”, diz o médico.
Por causa do alto índice de mortalidade – foram mais de 24 mil óbitos em 2011³ – o melhor caminho ainda é a prevenção. Deixar de fumar e evitar exposição aos agentes causadores da doença são um passo fundamental. Especialmente porque o tabagismo pode abrir caminho para outros tipos de câncer, como bexiga, intestino grosso, mama, trato respiratório (boca, laringe, traqueia) e cólon.
Tão importante quanto a prevenção é o diagnóstico precoce. Para isso, é necessário ficar atento aos sintomas, como emagrecimento, tosse intensa, expectoração com sangue e dor intensa ao respirar ou tossir. “Em nosso meio, não existem exames específicos para detectar precocemente a doença”, afirma o Dr. Scaff. “Em geral, ela é descoberta durante a investigação de outros problemas de saúde.”
No tratamento, há muitas alternativas. Entre elas, cirurgia para retirada do tumor, radioterapia e quimioterapia; nas formas avançadas, o tratamento paliativo é fundamental.
Os medicamentos, cada vez mais avançados, ajudam a aumentar a sobrevida. “A grande novidade são os imunoterápicos, uma classe nova de tratamento que ajudará a melhorar de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes. O problema enfrentado para o acesso a esses medicamentos é o elevado custo”, diz o epidemiologista. “Portanto, a prevenção e o controle do fumo, em todas as suas formas, é a melhor estratégia para diminuir esse mal em nossa sociedade.”

1)Fonte: Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco
2)Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)
3) Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)