A exposição excessiva ao sol e sem o uso de filtro solar são fatores de risco para desenvolver câncer de pele. Em um país ensolarado como o Brasil, é preciso ficar alertar para os sintomas doença e a importância do diagnóstico precoce. Por isso, estar informado sobre a doença é a melhor maneira de preveni-la, diagnosticá-la e tratá-la.
O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo, e corresponde a 27% de todos os tumores malignos do País, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde. Além da exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência, outros fatores de risco são: ter pele e olhos claros, ser albino, ter vitiligo, ter histórico da doença na família e fazer tratamento com medicamentos imunossupressores.
Mais comum após os 40 anos, com a constante exposição dos jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. “A infância é o período da vida mais suscetível aos efeitos danosos da radiação UV, que se manifestarão mais tardiamente na fase adulta sob a forma de câncer de pele. Portanto, se levarmos em conta que a radiação solar tem efeito cumulativo, a prevenção deve se iniciar com os bebês, evitando a exposição ao sol nos horários de risco e pelo uso de produtos específicos para a faixa etária”, explica Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA.
O sinal de alerta deve acender quando surgem manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e também em caso de feridas que não cicatrizam em quatro semanas. Esses sintomas podem ser indicativos do câncer de pele não melanoma, que ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas. O tipo não melanoma ocorre com maior frequência, tem baixa mortalidade, mas pode causar deformações. Ele é responsável por 177 mil novos casos da doença por ano e apresenta alto percentual de cura se detectado e tratado precocemente.
O melanoma, forma mais grave do tumor de pele, pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Essas lesões costumam ter formato assimétrico, bordas irregulares, mais de uma cor e mudar de tamanho de forma rápida. Apesar de mais raro, é bastante agressivo, podendo levar à morte. Anualmente, ele é responsável por 8,4 mil casos novos no Brasil.
CASOS
No Brasil, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma esperados, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 83.770 em homens e de 93.170 em mulheres. Em homens é mais incidente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, com risco estimado de 123,67 casos por100 mil habitantes, 89,68/100 mil e 85,55/100 mil, respectivamente.
Nas regiões Nordeste e Norte, ocupa a segunda posição, com risco estimado de 65,59/100 mil e 21,28/100 mil, respectivamente. No que diz respeito às mulheres, é mais incidente em todas as regiões brasileiras, com risco estimado de 125,13/100 mil (Centro-Oeste), 100,85/100 mil (Sudeste), 98,49/100 mil (Sul), 63,02/100 mil (Nordeste) e 39,29/100 mil (Norte).
PREVENÇÃO
Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h.
Procurar lugares com sombra.
Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas.
Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 30, no mínimo. É necessário reaplicar o filtro solar a cada duas horas, durante a exposição ao sol, bem como após mergulho ou grande transpiração. Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados.
Usar filtro solar próprio para os lábios.
Em dias nublados, também é importante o uso de proteção.
As tatuagens podem esconder lesões, portanto, merecem atenção.
Nas atividades ocupacionais, pode ser necessário reformular as jornadas de trabalho ou a organização das tarefas desenvolvidas ao longo do dia.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O paciente que encontrou um sinal suspeito de câncer de pele deve ir ao posto de saúde mais próximo da sua casa. Em caso de urgência, deve procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Após o atendimento e avaliação preliminar por um clínico-geral, o paciente será encaminhado a um Ambulatório de Especialidades.
O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista ou cirurgião, por meio de exame clínico. Em algumas situações, é necessário o exame que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nu. Alguns casos exigem um exame invasivo, que é a biópsia.
A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas, dependendo do estágio da doença. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos), o melanoma é tratado com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso.
*Fonte: Portal da Saúde