Paulo Silvino morreu de câncer de estômago, na última quinta (17) |
— Não há uma explicação do motivo, mas muitas vezes a doença está associada ao tipo de alimentação e ao estilo de vida. Os homens fumam e bebem mais, e a maioria não se importa muito com a saúde, diferentemente das mulheres que costumam ir mais constantemente ao médico — explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Robson Moura.
Esse tipo de câncer é mais frequente em pessoas a partir dos 50 anos. A recomendação é que, ao entrar nessa fase, as pessoas visitem um gastroenterologia pelo menos a cada dois anos, para realizar uma endoscopia, exame que detecta a doença.
A prevenção se dá, principalmente, por meio de uma alimentação saudável, que exclui, por exemplo, o consumo excessivo de alimentos como mortadelas, salames, presuntos e comidas muito salgadas.
— Em algumas regiões do Brasil, onde os alimentos não são refrigerados e a conservação é feita por meio do sal, o número de casos de câncer de estômago aumenta significativamente — comenta Frederico Müller, oncologista clínico do Hospital Fundação do Câncer.
Sintomas pouco específicos
Além de ser frequente, o câncer de estômago preocupa por outro fator: seu diagnóstico precoce é difícil, o que diminui as chances de um tratamento eficaz.
— A mortalidade é alta porque, infelizmente, o diagnóstico é feito de forma tardia, com a doença mais avançada, já que os sintomas não são tão específicos. Enquanto no Japão, 85% das pessoas que têm câncer gástrico estão em fase inicial quando descoberto, no Brasil, em geral, 75% das pessoas que têm câncer de estômago já estão em estágio avançado — compara Robson.
A doença, em geral, só apresenta sintomas (como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal) quando está em fase mais avançada.
O tratamento mais indicado é a cirurgia, que pode retirar parte ou todo o estômago. A radioterapia e a quimioterapia podem ser empregadas, em alguns casos.
*Fonte: Extra.