domingo, 9 de dezembro de 2018

Quimio cérebro e quimioneblina: as alterações da quimioterapia podem permanecer a longo prazo

 Fabiola LaTorre escreveu um livro durante o tratamento do câncer e, atualmente, está escrevendo o segundo sobre a vida pós-câncer.
Muitas pessoas tiveram com dúvidas quando postei nos meus stories sobre memória em relação a quimio. Acharam até que eu estava em tratamento novamente. Mas, não graças a Deus. Então resolvi, fazer esse post.

Vulgarmente apelidado de “quimio-cérebro” ou quimioneblina pode afetar significativamente a qualidade de vida dos sobreviventes, mesmo alguns anos após terem vencido a câncer. É uma sequela direta do próprio tratamento, um efeito que cerca de 80% dos pacientes notam.

O câncer é definido como uma batalha. Mas, para muitos, o câncer é uma verdadeira prova de resistência na qual não se trata apenas de quimioterapia. É necessário cirurgia, além de outros tratamentos farmacológicos, a radioterapia, a imunoterapia, etc.

A agressividade dos tratamentos a que são sujeitos muitos doentes oncológicos requer uma enorme dose de força física e psicológica, apoio familiar e uma abordagem positiva e esperança dia-a-dia.

O quimio-cérebro ou “quimioneblina” é descrito como um dano nas funções cognitivas e cerebrais após o tratamento do câncer, podendo afetar a procura de palavras, gestão de tempo, capacidade de gerir múltiplas tarefas simultaneamente, a memória, concentração e aritmética. É comum queixas de memória e concentração, junto com um “sentimento que a cabeça não funcionando bem pelos pacientes que passam pelo processo de quimioterapia.

Fabiola LaTorre durante o tratamento: as alterações da quimioterapia podem permanecer a longo prazo
O New York Times publicou um artigo onde cerca de 15% dos doentes sofrem os efeitos prolongados do que é medicamente conhecido por danos cognitivos induzidos por quimioterapia. O estudo liderado por Michelle C. Janelsins, do Wilmot Cancer Institute da University of Rochester Medical Center em Nova Iorque, comparou um total de 581 pacientes de câncer de mama com 364 mulheres saudáveis. As mulheres que fizeram o tratamento reconheceram dificuldades de memória e de pensamento no passado. Essa alteração foi significativa desde antes de iniciar a quimioterapia até cerca de um ano depois de terminar o ciclo de tratamentos.
  • Os efeitos e características:
  • Os domínios cognitivos que mais costumam ser afetados pela quimioterapia são a memória visual e verbal, a atenção e o funcionamento psicomotor.
  • Os tratamentos mais longos e intensos deixam maiores sequelas. O efeito é cumulativo.
  • Os pacientes costumam ter problemas para recordar datas, compromissos pendentes, problemas para se lembrar de palavras comuns e concluir frases.
  • É comum que tenham problemas para realizar várias tarefas ao mesmo tempo: falar por telefone e encher um copo de água ou se orientar enquanto caminha.
  • Os pacientes parecem estar mais desorganizados e lentos na hora de reagir. Com a quimio, o mundo se torna mais complexo e eles mais “apagados” na hora de reagir a coisas antes tão comuns e familiares.
*Instituto Viver Hoje.