Fabiola LaTorre escreveu um livro durante o tratamento do câncer e, atualmente, está escrevendo o segundo sobre a vida pós-câncer. |
Vulgarmente apelidado de “quimio-cérebro” ou quimioneblina pode afetar significativamente a qualidade de vida dos sobreviventes, mesmo alguns anos após terem vencido a câncer. É uma sequela direta do próprio tratamento, um efeito que cerca de 80% dos pacientes notam.
O câncer é definido como uma batalha. Mas, para muitos, o câncer é uma verdadeira prova de resistência na qual não se trata apenas de quimioterapia. É necessário cirurgia, além de outros tratamentos farmacológicos, a radioterapia, a imunoterapia, etc.
A agressividade dos tratamentos a que são sujeitos muitos doentes oncológicos requer uma enorme dose de força física e psicológica, apoio familiar e uma abordagem positiva e esperança dia-a-dia.
O quimio-cérebro ou “quimioneblina” é descrito como um dano nas funções cognitivas e cerebrais após o tratamento do câncer, podendo afetar a procura de palavras, gestão de tempo, capacidade de gerir múltiplas tarefas simultaneamente, a memória, concentração e aritmética. É comum queixas de memória e concentração, junto com um “sentimento que a cabeça não funcionando bem pelos pacientes que passam pelo processo de quimioterapia.
Fabiola LaTorre durante o tratamento: as alterações da quimioterapia podem permanecer a longo prazo |
- Os efeitos e características:
- Os domínios cognitivos que mais costumam ser afetados pela quimioterapia são a memória visual e verbal, a atenção e o funcionamento psicomotor.
- Os tratamentos mais longos e intensos deixam maiores sequelas. O efeito é cumulativo.
- Os pacientes costumam ter problemas para recordar datas, compromissos pendentes, problemas para se lembrar de palavras comuns e concluir frases.
- É comum que tenham problemas para realizar várias tarefas ao mesmo tempo: falar por telefone e encher um copo de água ou se orientar enquanto caminha.
- Os pacientes parecem estar mais desorganizados e lentos na hora de reagir. Com a quimio, o mundo se torna mais complexo e eles mais “apagados” na hora de reagir a coisas antes tão comuns e familiares.